Discurso de Geraldo Alckmin na 14ª convenção nacional do PSDB


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“Companheiras e companheiros, quero saudar o Alberto Goldman nosso presidente, Fernando Henrique, nosso Arthur Virgílio. Quero dizer da legitimidade, Arthur, da sua pré-candidatura, que honra o nosso partido, da sua história de vida, um dos melhores senadores e prefeitos do nosso país. Quero saudar o Marconi, o Serra, João Doria, Silvinho, governador Beto Richa, saudando nossos governadores. Queridíssimo Tasso Jereissati. Montoro dizia: “o futuro começa hoje e ele se chama juventude". Quero saudar a juventude do partido, o PSDB diversidade e as mulheres. Quero agradecer aos outros partidos que nos honram com suas presenças. O PPS, PSD, PSC, PR, PSB, PTB, mas em especial saudar a nossa militância. Estou honrado pela confiança para presidir a nossa social-democracia brasileira. Quero fazer uma saudação especial a um estadista que é o presidente Fernando Henrique. O presidente mudou para sempre as bases da economia brasileira e será sobre ela que nosso partido vai trabalhar. Quero agradecer a generosidade de dois grandes líderes, o senador Tasso Jereissati e o meu colega Marconi Perillo. São esteios do nosso partido. Agradeço ao governador Goldman por esse período de transição. Agradeço ao José Aníbal que comandou com maestria nosso ITV (Instituto Teotônio Vilela).

Assista ao vídeo com a íntegra do discurso de Geraldo Alckmin

O trabalho iniciado pelo PSDB é uma obra inacabada. Temos compromisso com as reformas e princípios que vão dar condições para que o Brasil volte a crescer. Nós sabemos como chegar lá porque acreditamos em políticas públicas perenes e não em bravatas, marketing. O PSDB é um instrumento da modernização do Brasil que nós queremos, inserido na economia internacional, o Brasil desburocratizado, de uma agenda competitiva. Estamos posicionados para uma agenda moderna, do século 21, vamos perseguir a inovação, de forma obsessiva. O conhecimento e a imaginação guiando o futuro a passos largos.

Já passou a hora de tirar o peso desse estado ineficiente das costas dos trabalhadores e empreendedores. Defendemos reformas que quebrem privilégios e beneficiem o conjunto da população. Vamos, sim, trabalhar pelas reformas. A mãe das reformas, a reforma política. Nosso modelo político se exauriu. Aprendi na medicina: suprima a causa que o efeito cessa. Essa é a maior de todas as reformas.

A reforma da Previdência necessária para não termos brasileiros de duas classes, mas um regime geral de previdência social. A reforma tributária é a reforma da justiça. O Brasil não é apenas um país desigual. É profundamente injusto. A reforma tributária vai fazer mais justiça. A reforma trabalhista, que o PSDB gestou, através de um grande parlamentar que é o nosso Rogério Marinho, modernizando as relações de trabalho. Defendemos a volta dos investimentos por meio de um grande salto qualitativo do ambiente de negócios com uma política fiscal dura. Aliás, foi um governo do PSDB do presidente FH que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, que nós praticamos com Mário Covas, nosso professor. Ele nos diz que é possível conciliar política e ética, honra e mudança. É através da responsabilidade fiscal que vamos poder investir nos hospitais, escolas, na segurança pública. Quero destacar a necessidade dos investimentos em logística num país das dimensões do Brasil. Defendemos no nosso PSDB as concessões, as PPPs, infraestrutura e emprego direto na veia. Saneamento básico e moradia para retomar o emprego e a renda.

Senador Serra, aqui, destacou as dificuldades da saúde. Se nós fizermos uma pesquisa do Oiapoque ao Chuí vamos ter o clamor do povo pela dificuldade de acesso à saúde. Governar é escolher. Sempre o dinheiro é curto, mas não vamos nos descuidar daquilo que interessa ao povo. A obra-prima do estado é a felicidade das pessoas. Vamos suar a camisa para avançar. Quero destacar, além da saúde, a necessidade de novas tecnologias para que a gente possa ter mais prosperidade, educação de qualidade. O bom casamento entre o técnico e o tecnológico. Fazer o casamento do mercado de trabalho com a formação profissional. Enfim, um Brasil crescendo a pleno vapor com mais emprego e diminuindo desigualdade. Temos a competência para ajudar o Brasil, o dever de unir o Brasil, os caminhos para devolver o Brasil aos brasileiros.

O Brasil vive uma ressaca, descobriu que a ilha da fantasia petista nunca foi a terra prometida. A ilusão petista acabou em pesadelo na maior crise econômica e ética a história do nosso país. Agora é hora de olhar para a frente com união e esperança renovada. Os brasileiros não são tolos e estão vacinados contra o modelo lulopetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma: depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem uma nova oportunidade? Fiquem certos de uma coisa: nós os derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da nossa história. As urnas os condenarão pelos 15 milhões de empregos perdidos, milhares de empresas fechadas, sonhos desfeitos, negócios falidos. As urnas o condenarão pela frustração dos projetos de milhões de famílias levadas ao desespero, por ter sucateado a nossa saúde, atentado contra a saúde dos brasileiros. As urnas o condenarão pelo desgoverno, destruição da Petrobras, por obras inacabadas e abandonadas. As urnas o condenarão por incitar o maior conflito entre os poderes da história recente, por nos ter posto na vexatória posição de lanterna no cenário internacional. As urnas o condenarão por ter sequestrado a esperança da nossa juventude, por jogar brasileiros contra brasileiros para, no final, atirar pela janela a autoestima de todos nós. As urnas condenarão Lula por ter sido o grande responsável de uma década perdida.

Registrem-se os esforços do atual governo que, pouco a pouco, começa a reversão da tragédia econômica em que o país foi colocado. O PSDB reitera sua disposição no âmbito do Congresso na aprovação de reformas necessárias ao nosso país. Temos compromisso com nossa história, coerência das nossas atitudes.

Aliás, nós governadores, Beto Richa e colegas aqui presentes, prefeitos tucanos, como João Doria, nós nunca nos furtamos a fornecer soluções para problemas que extrapolam nossas fronteiras. É o caso do descalabro da criminalidade, aqui bem colocada pelo presidente FH. Uma tragédia que já transformou o Brasil em líder mundial de homicídios em números absolutos. São os nosso jovens que estão morrendo. Propusemos a criação de uma agência nacional de inteligência, integrando os órgãos federais mais as polícias estaduais para combater o crime organizado, principalmente o tráfico de drogas e armas. Esse banco de dados será unificado, acessível a todos os órgãos de segurança. O Brasil faz fronteira com dez países, uma das maiores fronteiras do mundo. É cinco vezes maior que a fronteira dos EUA com o México. São quase 17 mil quilômetros.

Todos cobram muita coerência, disciplina e paz dentro do nosso partido. Como se não fôssemos o PSDB, os famosos tucanos. Há quem duvide que possamos fazer uma campanha eleitoral à altura das expectativas. Pois bem, eu não concordo com esse diagnóstico. Prefiro ficar com a opinião de um militante tucano, dos mais brilhantes economistas brasileiros, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Ele descreveu de forma exemplar o estilo, o “jeitão” do nosso PSDB. É uma grande escola de samba momentos antes do início do desfile, uma aparente desorganização e desencontro de seus membros. Parece que ninguém se entende. Soa o apito vigoroso e toda aquela multidão evolui organizada, entusiasmada. Quando chega a hora do desfile a bateria começa a tocar e toda aquela multidão cantando o hino da escola sai dançando na sequência certa na avenida. Aguardem o que vai acontecer conosco no ano que vem. Tocado o apito e iniciado o processo eleitoral, o Brasil vai presenciar nosso melhor desempenho, nosso bloco de forças formado por todos nós juntos unidos e partidos aliados. Vamos mudar esse país.

Amigos tucanos, cada um de nós carrega uma história de lutas na política. Eu optei por me afastar do exercício da medicina e atuar na vida pública, mas nunca desisti de cuidar de pessoas. É isso que tenho feito ao longo da minha vida. Ouvindo as demandas do povo, prestando contas cotidianamente, trabalhando dia e noite. Foi essa vida que escolhi e confesso que dela tenho orgulho. Como dizia meu pai, política é dedicação, coragem moral e vida pessoal modesta. Sigo esse mandamento com muito orgulho e saudade. Termino minha fala com uma citação de Santo Agostinho: a esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão. A coragem, a mudá-las. Pois bem, nossa indignação e coragem, juntas, vão mudar o Brasil. Dá-lhe, tucanos!”.


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